quarta-feira, 27 de maio de 2020


A ESQUERDA PODE ATÉ MARCHAR SEPARADA MAS PRECISA GOLPEAR UNIDA
(José Soares – PT Jabaquara)


A esquerda não precisa ir até o fundo do poço
(Se é que esse poço tem fim)
Para ressurgir com força.


A esquerda já tinha, desde o final da década de 70, suas fraturas e posições diferentes.
Naqueles anos o PT e a CUT se transformaram em enormes guarda-chuvas que abrigavam quase toda a esquerda brasileira.

Naquele momento o partido e a central representavam a unidade.

Por fora desse arco partidário e sindical, existiam raríssimas exceções. A grande maioria dos lutadores e lutadoras se organizavam sob a direção dessas lideranças surgidas a partir do ABC paulista.

O PCdoB e o PCB (que fora chamado de partidão nas décadas de 40, 50 e 60) passaram a ser nanicos se tornando inexpressivos naquele momento.

O PT se constrói como Unidade da Esquerda durante as décadas de 80, 90 e durante todo o governo popular até 2016.

Em 2013 tem início uma nova onda de manifestações populares que acabou sendo capitalizado pela direita culminando na eleição do extremista Jair Bolsonaro.

Vivemos agora uma nova onda política, haverá uma disputa acirradíssima entre setores do centro, da centro esquerda e outros setores para saber qual projeto vai sair vitorioso desse processo:

a) se um projeto capitalista, liberal ou
b) um projeto a esquerda que consiga implementar um programa mínimo de garantias democrática, renda mínima, inclusão social.

A esquerda, diferente de décadas anteriores, hoje se divide em vários partidos e organizações. Frente Povo Sem Medo (FPSM), Frente Brasil Popular (FBP), várias centrais etc. já não há mais uma direção hegemônica inquestionável.

Ativistas, dirigentes, filiados aos diversos partidos, lutadores em geral precisam pressionar contra a mera marcação de posições de cada lado, pressionar por uma união de fato.

Da capacidade de união desses setores e daí sua possibilidade de trazer outras forças democráticas centristas estará determinado o futuro do nosso povo.

Se conseguiremos implantar, o mais rápido possível, um programa mínimo democrático, de solidariedade e inclusão social ou isso ficará para as calendas gregas pós barbárie.

Parafraseando Marx:
Esquerda de todo o país uni-vos.
Despe-se de todo interesse mesquinho.
Nada terás a perder. Muito ao contrário.
Um país inteiro, só tem a ganhar.

sexta-feira, 17 de abril de 2020


EAD VERSUS EDUCAÇÃO REMOTA
NÃO É SOMENTE UMA QUESTÃO DE CONCEITO

REMOTO: origem do Latim (Remotus), que significa removido ou afastado.

EDUCAÇÃO REMOTA: educação realizada a distância facilitada pelo uso da tecnologia e da comunicação. TELEEDUCAÇÃO.

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA(EAD): MODALIDADE de ensino mediada por tecnologias em que discentes e docentes estão separados espacial e/ou temporalmente.

Com o isolamento social faz-se uso da educação remota: Uso de livros enviados por correspondências, aula na TV, distanciamento temporário etc...

A Educação à Distância (EAD) é uma modalidade de ensino e exige a utilização de uma plataforma para mediar esse processo.

Nesse momento é fundamental utilizar o ensino/aprendizagem remoto para preencher essa lacuna de tempo e não tornar tão longo esse distanciamento;
Tendo todo o cuidado do mundo com aquele que não dispõe dos recursos necessários. Oferecendo várias opções, para que esse processo consiga chegar a todo mundo, evitando assim o agravamento da exclusão escolar; 
Criar oportunidade para quem estiver disposto e possa permanecer conectado a aprendizagem escolar, mesmo, nessa pandemia.

LIÇÕES DA CRISE

No retorno as aula cada escola deverá FORTALECER o aspecto digital;

Toda escola deveria formar equipes voltadas para o fortalecimento das mídias sociais e grupos de estudos on-line;

Essas equipes podem ter como base a Imprensa Jovem, a monitoria de informática etc...





segunda-feira, 23 de março de 2020


QUARENTENA

Na guerra e na doença
As pessoas se agarram a
Seus ódios, amores e emoções

Um vírus invisível
Corre o mundo
Estrebuchamos em convulsões

A boca tinta de sangue
Marcando tal um selo fatal
A vida de cada um

Por variadas causas
Lembramos-nos de nos

Lucidez e coragem
Diante da fatalidade

Delírio, indiferença, pavor mortal
Em face da ameaça latente

A foice cega, implacável
Não se sabe e nem se escolhe
Onde e quando cairá

Na multidão há de tudo
Alguns bebem desesperadamente
Outros choram

Desespero e enlouquecimento
Loucura coletiva

Estado de pânico

Amanhã, depois da Pandemia
Distante no tempo

Para os que ficarem recordar
Viver melhor o seu tempo presente

Agora resta-me ri (...)
(De nervoso)
E escrever o poema.

(Autor: José Soares)


sábado, 2 de novembro de 2019

JAUARETÉ-TAIÁ



JAUARETÉ-TAIÁ
(Autor: José Soares)

Um magnifico dia de sol numa praia deserta o nativo se aproxima e me entrega uma flor. Ela veio da planta do amor Jauareté-Taiá na linguagem indígena. Ela tem o poder de fazer a pessoa sair por aí construindo poesias e escrevendo sobre sentimentos alheios. Você não a encontrará facilmente. Da flor brota o fruto que de repente pode muito bem vir em forma de poemas.

I

OLHOS E CACHOEIRAS

De seus olhos vertem cachoeiras
Estrelas e sonhos irreais
Por isso  escrevo 
Para que eu não me esqueça jamais

Procurei milhares de palavras no dicionário
Encontrei algumas
Que pudessem expressar esse momento
Começo a falar de nuvens e fumaças
Construir no firmamento o país dos sonhos
Onde vejo imagens confusas dos meus pesadelos

Partículas de substancias impalpáveis
Manifestas em cascatas d’água
Suspensas no ar
Irrompem a linha de defesa
Tornando imprevisíveis
A fantasia e a variedade da vida

De seus olhos vertem cachoeiras
Não sei se é real ou criação furtiva de minha imaginação iludida

            Mas eu vi

            Agora resta-me folego para mais algumas poucas palavras
Todo amor é excepcional
Aos sentidos de quem ama

Essa beleza vinha de uma força infinita que pulsava do seu íntimo. Longe de ser padronizada era especial. Uma beleza que mexia com o psicoplasma tornando a pessoa capaz de observar e absorver com maior intensidade as sensações, pensamentos e emoções além de produzir alterações profundas na percepção de quem a contemplasse. Seu encanto impulsionava o acesso a janelas da mente nunca antes imaginadas(...) junto a essa beleza até a eternidade parecia ter um fim tão rápido passava o tempo. Sua ausência fazia um minuto parecer o infinito(...)


II

Chegou... ficou comigo... foi embora. A felicidade nunca!
Tudo é muito rápido nessa história.
Envolve num abraço da saudade esvai-se a bruma da solidão. Meia noite. A lua iluminava o seu corpo inteiro. As estrelas pequeninas, pingos de prata, flores distintas de um jardim misterioso lá de cima, observando tudo. Atravessa a ponte. Tacou-lhe um beijo na boca, um demorado beijo. Tempestade cerebral. Tremor de nervos.
Beijo com furor. O corpo estremece parecia dissolver-se em seus braços.

III

Foge a fértil imaginação desse contador da história qual o movimento das células, a energia dissipada e que forças teriam sido desenvolvidas durante esse beijo. Qual o movimento das línguas?
Se tocaram?
Houve mordida nos lábios?
Impossível descrever com precisão o movimento invisível diantino dos corpos que se tocam nesse beijo profundo. Deu-lhe um beijo na boca e disse:
-Sente essa brisa, sente.
Depois do beijo, disse novamente:
-E agora?
-O que vamos fazer com isso?
Voltaram a se olhar a malícia começa a transparecer em seus quatro olhinhos lascivos. No dia seguinte escreveu-lhe um poema:

IV

A paixão
O amor
O tesão

Explode em células ardentes
Contagia o universo
Toma conta do infinito

Manifesta em dois corpos vulcânicos
Que se perguntam:
-O que vamos fazer com isso???

V

Agora deixa eu te contar o início da história:
Fuma o seu cigarro,

tenta, em vão
abrir uma porta
em sua vida vã.

Acende seu narguilé e fala das noites mal dormidas regadas a álcool e ao sofrimento da vida.
No primeiro dia não viu nem um brilho fulgurante que irradia o universo. Notou na verdade, uma estrela bem pequena, dessas que quando apagam ninguém diz –Que pena!
Pareceu-lhe um brilhante sozinho que ninguém olha para ele, com uma luz bem pequeninha que cabe na casa de um botão.
Isso comprova que a beleza é muito relativa e que no final das contas todo mundo é os dois. É beleza e é feiura. Por uma compreensão subjetiva de nossa mente e interesses muito particulares. Qualquer pessoa, de tradicional modelo ou miss ao nosso vizinho da quebrada ou do condomínio. Ninguém é bela e ninguém é feio a todo momento...é um processo em que a beleza se faz feiura e vice-versa. Por convenções pré-estabelecidas, preconceituosas, na sociedade. A beleza para uma população é fealdade para outra e tudo isso é extremamente relativo.

MUSA

Musa da loucura
Musa da paixão
M`usa e abusa
Pois para todo sempre
Alguém deixará de ser musa.

Como era bom ouvir-lhe falar. Fazia qualquer assunto ficar interessante aquela maneira de pensar e falar sobre as coisas.
Dizia tudo de uma forma muito especial.
Tinha um esforço gigante. Atitude e potencial para “mover montanhas”
O conhecimento dos segredos humano faz-lhe ter atitudes que rapidamente atraem o mundo para si.
Ninguém conhece os segredos humanos senão não seriam “segredos”.
Surge aí uma outra história romântica recheada de poesias. Afinal a poesia é a máxima expressão do romance e quantos poemas belíssimos foram produzidos a partir do amor?

VI

 A PAIXÃO E A POESIA 

Para a poesia
A paixão não é problema
Mesmo que dê tudo errado
Ainda assim
Ela pode
Te deixar um poema!!!

Após essa explosão do amor a confiança na paixão se instala. O tempo, as regras e convenções buscam engessar os sentimentos e a relação não permite mais uma aproximação tão intima.
A distância passa a ser resguardada.
Sofrem por esse distanciamento e tem na poesia o único refúgio.
Preferiam que não se amassem.

ALMA 

A minha alma
foi comida por você
engravidou de poesias
meses depois
o rebento
são esses versos
que te apresento.

A alma dilacerada por um amor que faz da distância um sofrer e o prazer passa a aflorar por caminhos não convencionais da escrita.
Pode-se discutir, muito bem, a relação entre o amor e o desejo e entre o prazer e o gozo, mas não pode ser mais sábio que a realidade.
O real é sempre mais complexo que o esquema teórico.

VII

PAIXÃOZINHA

Paixõezinhas
São aquelas que morrem cedo
Antes de crescerem
Deixam suas pegadas na arte e na poesia
E sempre depois dela vem uma outra
De tamanho indefinido.

A paixão se mistura ao amor e esse se liga ao desejo e para o senso comum não é possível distinguir amor, paixão e desejo.
Simplesmente por palavras não se pode ser feliz.
Sentimentos e palavras se entrecruzam tramando a historicidade e se retroalimentando.

XADREZ DA VIDA

            Antes do xeque mate
            A jogada mais difícil é comer a rainha
O peão não dispõe de bispos, torres, cavalos... e muito menos do reluzente ouro que ornamenta a coroa de um rei envaidecido.
Que lógica imbecil:
Comer a rainha,
A partida ainda nem começou.
Comer a rainha num tabuleiro cheio de cavalos e jegues psicológicos reais e irreais que a protegem tornando-a inatacável?
            No seu mundo careta e agonizante o mais difícil é comer a rainha.
Mas qual seria a graça dele?
Toda a complexidade do tabuleiro natural?
Qual o sentido da vida se ela não permitisse, um dia, que rainhas e peões andassem livremente?
            Antes do xeque mate
A jogada mais difícil é comer a rainha
No tabuleiro pré definido e viciado da vida.
           Atenção!!!
           Não seja comido pelos demônios, que disputam, com ardor e sem cansaço, a grande partida               do tabuleiro vital.
           Em seu castelo imaginário.

FINAL

Imaginei essa história. Vi nela uma intenção, um desejo. Contrasta com a outra, do real, tão cheia de contradições. Ela precisa se transformar num fato consumado. Preciso viver em paz.
Domingo oito horas da manhã. Olha para um lado. Olha para o outro lado. Ninguém.
Tudo não passou de um sonho manifesto em versos. Sonhos que não saem de sua cabeça.
Sonhos que também não saiam de minha cabeça e agora vão-se embora no papel.
Ele com ele, ela com ela, ele com ela, uma aos outros, outras ao outro e umas a umas...amemo-nos, amem.
Sigam navegando em seus barquinhos das ilusões, da realidade e das desilusões...

UM AMOR

Um amor, uma paixão
Desencontrados
Que coleciona nãos

Uma paixão no limbo
Entre a vida e a morte
Que boia no mundo
Sem norte

Se não inspirar um poema
Não vale mais a pena.

VIII

Nunca mais a simplicidade e o arrebatamento do poema. Nunca mais poesias rimando dor com amor. Agora estou pensando o que fazer com essa planta, Jauareté-Taíá. Suas flores, seus frutos e tudo o mais que brotar da sua fertilidade. Misturar a poesia com o conto. Descrever personagens perfeitos. No final somente o ponto.
E isso já basta.









quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O Letreiro(o livro)

O LETREIRO (A primeira e a segunda páginas)
O POVO ANTIGO daqui, diz que existe um mundo perfeito, que está desaparecido, encantado (...)

Ela jamais haveria de concluir a história naquele momento. Isso acaba com toda a expectativa. E ela, como uma boa contadora de causos, sabe que para um conto render e agradar bastante, ele precisa ter um certo (...) suspense.

Tentava, dessa maneira, conseguir dar forma a um lugar utópico, suspendendo o sujeito num espaço confortante, longe do seu mundo brutalizado pelas injustiças do cotidiano.

Essa história tentava recuperar algo bastante desgastado nos dias de hoje, em pleno século XXI, a utopia. Esse sentimento prevaleceu nas pessoas durante vários séculos passados, agora, cada vez mais, parecia uma coisa tão distante.

O mundo estava indo, a cada dia mais, de mal a pior.

Sentimentos xenófobos, machismo, homofobia, racismo, governos arrogantes, uma tendência ao individualismo e outros males estavam crescendo... parecia que o mundo caminhava numa direção onde prevalecia a máxima de:

Cada um por si e todos contra todo mundo.

Eu ficava curioso com a história: A palavra, a leitura, a escrita e a conversa só tem sentido se pela sua magia e capacidade criadora, principal meta da poesia, a nossa gente do povo conseguir superar sua aterrorizante situação, romper as amarras que o prendem a essa situação adversa e conseguir ultrapassar o real na busca do horizonte ideal.

Será mesmo, que aquele letreiro, poderia revelar uma saída harmoniosa para esse fim de mundo?

A luz de neon clareou minha mente, me inspirando a fazer um desenho disfórico de um mundo inóspito.





terça-feira, 29 de novembro de 2016

Imprensa Jovem entrevista José Soares

Link de entrevista de José Soares a Imprensa Jovem na Bienal do Livro de 2016.
https://soundcloud.com/user-908534583/entrevista-jose-soares-dre-santo-amaro